Guia de Acentuação e Escrita

OUTRA dúvida comum! Botem isso na cabeça: mau é o contrário de bom e mal é o contrário de bem. Simplesmente faça a substituição.

O mau é um adjetivo e é o antônimo da palavra bom. Ele caracteriza substantivos e pronomes substantivos. EXEMPLOS:

Orochimaru é mal. - ERRADO. O contrário ficaria: "Orochimaru é bem", que não faz sentido.
Orochimaru é mau. - CERTO. Ao contrário fica: "Orochimaru é bom", que FAZ sentido.

Mal é um adverbio (igual ao mais ali em cima, lembra?), logo ele caracteriza adjetivos, verbos e outros adverbos. Ele é o antônimo de bem.

Pedro se sente mal. - CERTO! Ao contrário fica: "Pedro se sente bem", que FAZ sentido.
Pedro se sente mau. - ERRADO! Ao contrário fica: "Pedro se sente bom", que NÃO faz sentido.

Lembre-se: mal é o contrário de bem e mau é o contrário de bom. Se estiver em dúvida, faça a substituição!

Outro erro comum... Estou cansado de ver o verbo haver no plural... O verbo haver é IMPESSOAL. Ele SEMPRE se conjuga na terceira pessoa do singular. A única exceção à regra é quando ele é um verbo auxiliar, mas na maioria das vezes, ele não é.

O verbo haver quando sozinho é impessoal. Verbos impessoais são SEMPRE conjugados na terceira pessoa. Quando o verbo haver vem acompanhando outro verbo, ou seja, quando ele é auxiliar, ele deixa de ser impessoal.

Há muito tempo, haviam 7 cristais místicos. - ERRADO!
Há muito tempo, havia 7 cristais místicos. - CERTO!

Exceção:

Eles haviam invadido a fortaleza. - CERTO!
Eles havia invadido a fortaleza. - ERRADO!

Lembre-se: Quando sozinho, ele SEMPRE estará na terceira pessoa do singular. Quando acompanhado, ele deverá ser conjugado normalmente.

Pode parecer bobo, mas tem gente que não sabe o que é uma crase...

A crase é usada para evitar a repetição da palavra a. Ler algo como "Ela foi a a secretaria" é bem feio, não acha? Tira-se um a e coloca-se a crase no segundo para indicar essas situações e não ficar feio.

Sendo mais exato, o à é uma contração da PREPOSIÇÃO a e do ARTIGO a. Como não se pode tirar nenhum deles da frase, ou ela fica sem sentido, e se deixar os dois fica "feio", a solução é juntar os dois em um só, formando o à. EXEMPLOS:

Ela foi à praia. - CERTO!
Ela foi a praia. - ERRADO!
Ela foi a a praia. - ERRADO!

OBS: Os pronomes demonstrativos "aquele" e "aquilo" (e suas respectivas derivações) também podem recer crase. As regras são as mesmas para ambos. Craseados ficam: àquele e àquilo.

Lembre-se: O à é uma contração da preposição a e do artigo a. Use-o para impedir a repetição da palavra "a" no seu texto, como acontece no último exemplo.

Erro comum... Ver coisas como "ela estava meia feliz" dói. Meio pode ser OU um adjetivo OU um advérbio OU um subtantivo (você calça meias).

Quando for um adjetivo, meio caracterizará um subtantivo ou um pronome substantivo e SEMPRE irá concordar com o termo que ele caracteriza. EXEMPLOS:

Meio hora. - ERRADO!
Meia hora. - CERTO!

Já quando for um advérbio, meio irá caracterizar um adjetivo, um verbo ou outro advérbio e será SEMPRE invariável, ou seja, sempre estará no masculino singular. EXEMPLOS:

Elas corriam meio devagar. - CERTO!
Elas corriam meias devagar. - ERRADO!

Quando for um substantivo, geralmente virá com um artigo e NUNCA caracterizará outra palavra, pelo contrário, será caracterizado! Como meio raramente vira um substantivo, não darei exemplos.

Lembre-se: para identificar o que é a palavra meio, analise o termo que ela caracteriza. Se for um substantivo ou pronome, meio deverá concordar com a palavra que está caracterizando, se for um adjetivo, verbo ou advérbio, será invariável.

Outro erro bastante comum... É triste ler "não mate-me"... Irei explicar agora o que é a Ênclise, Próclise e Mesóclise, para que vocês saibam ONDE botar o pronome pessoal oblíquo.

Ênclise é a colocação normal do pronome pessoal oblíquo, depois do verbo. Ela deve ser SEMPRE usada, a não ser que surja uma exceção (serão explicadas mais adiante). EXEMPLOS:

Ele me atacou. - ERRADO!
Ele atacou-me. - CERTO!

Pode parecer estranho falado, mas escrito este é o correto, lembrem-se disso!

Depois vem a Próclise. Ela deve ser usada SEMPRE que houver uma palavra negativa (não, nem, nunca, etc) ou um advérbio antes do verbo, exceto quando há uma vírgula depois da palavra negativa ou advérbio. Também deve ser usada depois de preposição, pronomes relativos e conjunções subordinativas.

Sempre que houver uma dessas condições, use-a. Lembre-se também que uma frase NUNCA começará com o pronome pessoal oblíquo. Caso ela fosse começar com um, use a Ênclise ou Mesóclise.

Não disse-me. - ERRADO! Não é palavra de negação.
Não me disse. - CERTO!
Pensei que dariam-na o emprego. - ERRADO! "Que" é uma conjunção subordinativa integrante.
Pensei que a dariam o emprego. - CERTO!
Depois dirigi-me ao balcão de informações. - ERRADO! Depois é advérbio de tempo.
Depois me dirigi ao balcão de informações. - CERTO.
Em seguida, despediu-se de todos os convidados. - CERTO, existe uma vírgula depois do advérbio, logo usa-se a ÊNCLISE.

Lembre-se: sempre que uma dessas condições for cumprida, use a Próclise!

Por último vem a Mesóclise. Essa não é muito usada no Brasil, apenas em textos (muito) mais formais. É quando o pronome vem no meio do verbo.

Usa-se a Mesóclise sempre que o verbo estiver no Futuro do Presente ou Futuro do Pretérito do modo indicativo, desde que nenhuma das condições para uso de Próclise seja cumprida.

Darei-te o dinheiro, como pediste. - ERRADO! O verbo dar está no Futuro do Presente!
Dar-te-ei o dinheiro, como pediste. - CERTO!
Não dar-te-ei o dinheiro. - ERRADO! Existe condição para uso de Próclise!

Viram como fica "estranho"? É porque vocês não estão habituados a usar isso. Não, vocês não precisam conhecer a Mesóclise para escrever bem, usem-na apenas se quiserem mostrar que SABEM escrever direto. Mas lembrem-se: o certo é usá-la. Só que a maioria não usa, justamente por ficar "estranho".

Lembre-se: Uma frase nunca começará com pronome, use a Ênclise. Sempre que houver palavra de negação, preposição, advérbio ou conjunção, use a Próclise. Se o verbo estiver no futuro, use a Mesóclise, exceto se for possível usar a Próclise.

Outro erro comum. Ah, melhor eu parar de falar "outro erro comum", pois TODOS são comuns... -_-'''.

Onde pode ser um um advérbio de lugar, ou um pronome relativo (quando o termo substituido for um lugar). A palavra onde NUNCA indica movimento. Use o "aonde" para indicá-lo.

Aonde você está? - ERRADO! Não indica movimento.
Onde você está? - CERTO!

Aonde é a contração da preposição "a" com a palavra "onde". Ou seja, é a mesma coisa que a crase. Quando os dois aparecem seguidos, você "junta" eles, evitando frases como: "A onde você vai?". Aonde sempre indica movimento.

Aonde você vai? - CERTO!
Onde você vai? - ERRADO!

Lembre-se: onde não indica movimento, aonde, indica. Além disso, aonde é uma contração, ou seja, ele é a "fusão" das palavras "a" e "onde", portanto use-o quando essas palavras aparecerem seguidas.

Quero começar dizendo que não falarei sobre o por quê ou o porquê, pois eu ouvi dizer que eles serão extintos da língua portuguesa com a nova regra ortográfica, sobrando só os 2 a cima (por favor, confirmem isso comigo, não sei se é verdade).

O por que geralmente é usado em perguntas, mas também deve ser usado em títulos e quando puder ser substituído por "para que" e "pelo(a) qual, pelos (as) quais". EXEMPLOS:

Não vá até lá, por que é perigoso. - ERRADO!
Por que usar o RPG Maker VX. - CERTO! Note que neste caso estou considerando a frase como título de um tutorial sobre o assunto.
A estrada por que passei está esburacada. - CERTO! Pode soar estranho, mas está certo, pois pode ser substituído por "pela qual".
Por que você fez isso? - CERTO! A frase é uma pergunta.

Já o porque deve ser usado quando ele puder ser substituído por "pois", "uma vez que" ou "para que". É usado nas RESPOSTAS.

Perderam o jogo, porque Ronaldo errou o chute. - CERTO! Pode ser substituído por "pois".
Porque você está aqui? - ERRADO! Não pode ser substituído por "pois", e além disso a frase é interrogativa, logo se deve usar o "por que".

Lembre-se: Por que é para perguntas, porque é para respostas.

Gostaria de agradecer ao usuário DarthVader por me avisar de que os porquês com acento não serão retirados da língua portuguesa. Então, eis aqui o tópico dos porquês acentuados.

Por quê é usado quando aparece no final da frase, ou sozinho. EXEMPLOS:

Por quê você fez isso? - ERRADO! Não está no final da frase nem sozinho.
Você fez isso? Por quê? - CERTO! Está sozinho na frase.
Ria, mas sem saber por quê. - CERTO! Está no final da frase.

Já o porquê é um substantivo. Ele pode ser caracterizado por artigos, pronomes, adjetivos, etc. Para saber quando usar, é só ver se a expressão está substantivada. EXEMPLOS:

Não sabia o porquê de suas ações. - CERTO! A expressão está substantivada. Note o artigo definido "o" caracterizando a palavra.

Lembre-se: Usa-se Por quê quando ele está sozinho ou no final da frase, e o porquê quando está substantivado. Na grande maioria dos casos, o porquê é antecedido pelo artigo definido "o".

Não, este não é mais um erro comum do pessoal. É um erro TRISTE do pessoal, errar tempos verbais assim, mas tudo bem. A pedido de um usuário deste forum, adicionei esta categoria. Pode até parecer simples, e de fato, é simples, mas sinto que as pessoas precisam disso.

Ão é usado na conjugação de verbos regulares na terceira pessoa do plural do futuro do presente do modo indicativo. Resumindo essa frase complicada que você provavelmente não entendeu: ão é usado no futuro. Am é usado na terceira pessoa do plural do pretérito perfeito, do pretérito imperfeito e do pretérito-mais-que-perfeito, todos do indicativo. Ou seja: am é usado no passado.

É difícil dar exemplos "certo e errado" sobre este assunto, pois geralmente ao mudar o tempo verbal, a frase continua certa, só que ela fica com um sentido completamente diferente. A exceção é quando a frase indica que a ação aconteceu num determinado tempo ao usar um advérbio temporal, como "amanhã" ou "ontem". Nos exemplos que eu darei, falarei sobre a mudança de sentido da frase:

Eles correrão muito no campeonato. - A frase está no FUTURO. O campeonato ainda vai acontecer, e quando acontecer, eles correrão muito nele.
Eles correram muito no campeonato. - A frase está no PASSADO. O campeonato JÁ aconteceu e eles já correram muito nele.
Amanhã correram muito no campeonato. - ERRADO! Há um advérbio de tempo na frase indicando que a ação acontece no futuro, logo o tempo verbal não pode ser passado.
Amanhã correrão muito no campeonato. - CERTO! O advérbio de tempo concorda com o tempo verbal, logo a frase está certa.

Lembre-se: Ão é para o futuro e am é para o passado. Se ainda tem dúvidas, compre um livro de verbos e pare de matar aula. Se você mesmo assim não sabe a diferença entre futuro e passado, feche esta janela e procure um psicólogo.

ATENÇÃO: Se você andou matando suas aulas de português e não sabe o que são complementos verbais, vozes verbais e tipos de sujeito, é provavel que você não entenda este tópico.


Este erro é tão comum, mas tão comum que você o vê em anúncios de lojas, por exemplo. A maior parte da população não sabe que "Vende-se casas" está errado... Triste verdade.

A palavra SE pode ter diversas funções, mas neste tópico irei apenas discutir sobre as funções de Pronome Indeterminador do Sujeito (PIS) e Pronome Apassivador (PA).

Quando o SE é um PIS, ele está indeterminando o sujeito (duh). Se você já estudou sujeito (espero que sim...), deve saber o que é um sujeito indeterminado. Caso não: sujeito indeterminado é quando não se pode definir QUEM realiza a ação, por exemplo:

"Roubaram meu carro". Quem roubou o carro? Não se sabe. ISSO é um sujeito indeterminado. Existe duas formas de indeterminar: usando a terceira pessoa do plural, como no exemplo que eu dei ou utilizando o pronome se.

Quando o se for um PIS, o verbo será intransitivo ou transitivo indireto, ou seja, não pode haver objeto direto. Além disso, o verbo indeterminado é SEMPRE conjugado na terceira pessoa do singular. EXEMPLOS:

Necessitam-se de operários. - ERRADO! O SE é um PIS, logo o verbo deve estar na terceira pessoa do SINGULAR.
Necessita-se de operários. - CERTO! O SE é um PIS, pois o verbo é transitivo indireto.

Agora, o SE é um Pronome Apassivador quando ele passa a frase para a Voz Passiva Analítica. Não falarei sobre Voz Passiva aqui, até porque este não é o assunto desse tópico, se não sabe, ESTUDE.

Ele será um pronome apassivador sempre que o verbo for transitivo direto ou transitivo direto e indireto, ou seja, sempre que possuir um objeto direto. O verbo é conjugado na terceira pessoa, igual ao PIS, mas dirente do PIS, o verbo pode ser flexionado, ou seja, ele pode aparecer no plural. O verbo deverá concordar com o objeto direto da frase. EXEMPLOS:

Vende-se casas - ERRADO! "Casas" é um objeto direto, logo o se é um PA e, portanto, o verbo deve concordar com o objeto.
Vendem-se casas - CERTO! O SE é um PA e o verbo está concordando.

[b]Lembre-se: Quando houver objeto direto, o SE vira um PA e assim o verbo deve ser flexionado de acordo com o objeto direto. NÃO tente achar o sujeito do verbo, pois você poderá errar. Para acertar veja se ele possui objeto direto.